quarta-feira, 25 de julho de 2012

234.


Quando eu crescer, criar juízo, ser alguém assim, respeitável, aceita pela sociedade talvez eu pare de perder todas as coisas possíveis e inimagináveis que tenho. Ou ao menos saber onde as deixei/guardei. Vou parar de escrever recados na minha mão. De beber refrigerante. De enfiar a colher que pus na boca, no doce ou na panela novamente. De passar o dedo na cobertura. De dançar no quarto só de calcinha. De comprar vestidos compulsivamente. De passar horas baixando musica da internet. De filosofar e rir com meus amigos. De pintar meu cabelo. De só ouvir música estranha. De gastar uma boa grana com revistas só pra cortá-las depois. De ter essa síndrome de rockstar que não me abandona. De ser tão zen e ao mesmo tempo tão neurótica com as coisas. De usar meia de dedinho. De inventar coreografias malucas. De gritar no meio da cozinha só pra quebrar o tedio. De achar a vida uma vadia injusta, mas mesmo assim, ser completamente louca por ela. De passar a noite bebendo (refrigerante) e conversando sobre coisas estranhas. De abraçar as pessoas que eu gosto, de tocá-las, de ser táctil. De discutir literatura, religião e filosofia com meus pais. Mas se eu parar de fazer isso, o que restará de mim?

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