Cresci ouvindo Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Tom Jobim, Djavan, Chico Buarque, dentre outros do mesmo estilo. Achava tudo um porre,
principalmente o último. Meus pais gostavam dele, principalmente minha mãe, que
nutria uma paixão platônica pelos olhos azuis dele. Acho que até hoje. Então,
dá-lhe ‘roda mundo roda gigante roda moinho roda peão’, ‘um dia ele chegou tão
diferente do seu jeito de sempre chegar’, ‘pai, afasta de mim esse cálice’ e
afins. Achava tudo muito chato e não entendia nada das músicas. Mas a gente
cresce, amores vão, amores vem e a vida vai ensinando. Aliás, como ensina. E um
dia, parece que ocorre um clique. Daí lá está você, "Tatuagem" do Chico no som, cabelos ao
vento, sorriso na cara, um destino de fim de semana e tudo começa a se
encaixar. Você arregala os olhos e pensa: “então é isso que ele queria dizer?”.
Um marco na sua vida. Essa música representou um marco na minha vida. Tem gente que
acha MPB um saco e tem horror a Chico Buarque. Não as culpo. Gostar de música
de tanta carga emocional é, indiretamente, assumir que a gente não é mais
criança e que entende a complexidade que é viver. Também é óbvio que ninguém
precisa ouvir Chico para entender essas coisas. Mas fazer isso com um pouco de
poesia sessentista te dá aquele ar de mulher cult-misteriosa-bacanuda. Aí quem
sabe surge a coragem de usar aquele terninho vintage que eu tenho guardado no
armário há tanto tempo.
Um comentário:
oi mari, amoooooooo chico. fiz meu tcc sobre um romance dele. amo as músicas, os livros, os olhos azuis. se ele quiser, eu dou casa, comida e roupa lavada!!!! rssss brincadeiras a parte, é incrível quando o clic acontece e a gente percebe que a nossa alma está ali, exposta nas letras das músicas. bjs
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