segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

75. Some People



Difícil falar de pessoas. Cada uma com suas manias, tiques, seu jeito de sentar, de levantar, de andar, de balançar os braços enquanto anda. O jeito de mexer no cabelo, os dedos que mexem nervosos, as mãos que não sabe onde pousar, o olhar perdido, triste ou vazio, cada pedacinho desse conta uma história. História essa que talvez não esteja explícita, que você vai descobrindo com o tempo, com a convivência. As amigas tagarelas que não param de falar um segundo, nem quando a gente não consegue mais prestar atenção ou as amigas mais quietas, que você tem que puxar muito assunto pra falar bobagem. O silêncio no carro, o e-mail não respondido ou recebido de alguém que não se sabe notícias, apenas sabe-se que continua vivo porque insiste em mandar coisas que não fazem sentido, a falta de assunto. Pessoas. Não tente entendê-las. No máximo você consegue desvendá-las.  Cada um esconde um mistério, uma história, algo de que se envergonhe ou tenha orgulho, um segredo, um amor, uma mágoa, uma palavra engasgada ou uma dita num impulso, uma carta escrita e não enviada, um desejo contido, um sonho. Pessoas. Eu. 



Some people just can't say
Some people just wanna play
They get a kick when it's all messed up
(Goldfrapp)



Um comentário:

katy disse...

oi mari, é por isso que as pessoas são fascinantes, por esses pequenos detalhes que você colocou tão bem no post. bjsss