sexta-feira, 13 de março de 2009

49.

Às vezes você não tem escolha. Você acha que sabe o que quer, mas é a droga, a coisa, a pessoa que te escolhe. A pessoa que você amou durante a noite prefere te esquecer quando amanhece.
Alguém me ensinou que cada um deve escolher o que quer, e não esperar para ser escolhido. Se você é escolhido, pode ser escolhido por qualquer um, qualquer coisa, qualquer droga, qualquer louco. Mas quando a escolha é sua, só o melhor virá, dentre as possibilidades disponíveis naquele momento e naquele lugar. Eis a tese.
A antítese vem com o sol, com as primeiras luzes do dia, quando a pessoa ou a droga ou a vida que você escolheu lhe volta as costas e te deixa lá, jogada entre lençóis amassados e travesseiros babados, procurando em desespero uma maldita borracha que apague outro erro, outro engano, outra escolha mal feita.

Você levanta, abre uma janela, olha pra rua, toma um gole de coca e diz para si, pela milésima vez: esta é a última vez...

3 comentários:

Anônimo disse...

e pela milésima vez vc repete o mesmo ritual, "escolhe" a msma pessoa, acorda na mesma cama e percebe, pela milésima vez, que fez a escolha errada. bjss saudades dos teus textos!!!!

Anônimo disse...

Belo texto, e é verdade!
Já tinha parado pra pensar desse tema mas nunca na frase "Você pode ser escolhido por qualquer coisa..."

Unknown disse...

com certeza eu já tive centenas de "última vez"... e, claro, centenas de "recomeço". essa é a vida, a minha pelo menos.