Desde pequena procurava ajuda nos meus escritos. Sempre fui muito mais confidente ao papel e ao lápis do que a qualquer outra pessoa. Sou muito introspectiva quando o assunto é abrir meu coração, minha vida, minhas histórias e etecétera. Já disseram – e eu estou em total acordo - que eu tenho muita dificuldade em me relacionar com essas questões sentimentais. Adoro as palavras. Talvez por isso me sinta tão vazia quando elas fogem de mim. Elas sempre voltam, mas parece que sempre demoram mais do que deveriam. Preciso das palavras ao meu lado, nem que seja para relatar um monte de bobagens, coisas sem nexo. Mas... nunca tive nenhuma pretensão de ser escritora. Falta talento e cacife para tanto. E sim, eu sou bastante rigorosa nesse assunto. Meu único desejo é que eu mesma goste do “produto final”. Nem sei por que escrevo, sabe... Talvez para afugentar fantasmas ou tentar conviver com eles de forma mais pacífica. Para expor aquilo que eu não consigo falar a uma pessoa, para expor aquilo que eu gostaria de conversar com um amigo. Para me conhecer melhor, para não esquecer das coisas que acontecem comigo –e com os outros também. Para tentar me melhorar. Escrevo só de birra, de alegria, de nervoso, de prazer. E assim, vou escrevendo, escrevendo, escrevendo. TE escrevendo.
"Escrevo como que para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha." Clarice Lispector